sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Músicas que traduzem: remédio ou veneno?

Existem dias, algum período de nossas vidas, ou um simples instante que não sabemos explicar, algo nos sufoca, algo fica intalado na garganta e atinge o nosso corpo inteiro.... o estômago se revira, a cabeça fica zonza, o coração pulsa duído,os olhos se inundam e trasbordam o que a alma já não segura mais.
É a hora de regugitar e expelir as angústias, hora de retirar cada espinho cravado que acabamos deixando acumular, mas como se faz? isso não requer necessariamente uma atitude drástica, não quer dizer que devemos sair gritando e chutando o balde (embora isso as vezes também seja necessário) mas muitas vezes resolvemos isso quando simplismente nos permitimos sofrer um pouco, não se trasformar num mofino constante, mas há dias em que devemos nos recolher e nos despojarmos, hora de desmanchar cada nódulo antes que vire "câncer", hora de sofrer e sofrer com ardor, não isso não nos torna pessoas infelizes, isso só prova o que realmente somos: seres humanos. Nessas horas muitas vezes nos refugiamos em músicas... é incrível a capacidade que uma canção tem de entrar no âmbito da nossa dor e extrair o que há de mais pesado dentro de nós.... é incrível como cada verso foi composto afim de traduzir detalhadamente o que estamos sentindo, como pode existir palavras tão perfeitas inerentes ao nosso estado? Elas nos invadem e reviram nossos pensamentos, algumas simplismente nos embalam e nos consolam, santo remédio! Outras nos torturam, vai lá no fundo e cutuca a ferida, parecem até estar debochando da nossa aflição; que audácia essa! musicalizar nossa tristeza, nossa raiva, nossa saudade.....,é devastador, remédio que nada.... um veneno, mas que no fim acaba causando o mesmo resultado que as outras: extravasando; pondo pra fora tudo que já estava no limite, interpretando nossa sensibilidade que tantas vezes calamos, acaba mesmo sendo um remédio (de tarja preta) mas é eficaz.
Esta noite encontrei um cd (ou será que foi ele que me encontrou?) que mais parecia uma receita médica, tive ali na voz de: Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Cássia Eller e Marisa Monte a dosagem certa para combater minhas aflições contidas a tanto tempo, e que algumas eu nem sabia que tinha, depois desta sessão de "quimioterapia" um sensação de alívio e vigor é que me domina agora.
Música é isso: um droga! um veneno! um santo remédio!


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